BREVE HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE TEOTÔNIO VILELA
Em meados de 1955, na localidade conhecida como Fazenda Risco, nas imediações da atual ponte do rio Coruripe perto da Usina Seresta, graças a um providencial furo de pneu de um automóvel que transportava produtos alimentícios de Coruripe com destino a Arapiraca, aconteceu a primeira transação comercial, isto porque os usuários daquele antigo sistema de transporte não tinham mais como levar seus produtos ao destino final, na grande maioria perecíveis e que logo estragavam, abrindo assim suas mercadorias aos transeuntes para realizar o comércio ali mesmo, numa região conhecida então como CHÃ DA PLANTA (primeiro nome, já existente).
Um detalhe interessante e importante foi o fato de, segundo antigas testemunhas entrevistadas por Flávio Oliveira, para usar o macaco, instrumento usado para levantar o veículo, os feirantes tiveram que descarregar seus produtos da carroceria, para facilitar a subida do automóvel, fazendo com que eles colocassem as caixas de madeira que transportavam seus produtos na beira da estrada, o que foi fundamental para dar visibilidade as mercadorias e atraindo os passantes da região, como os vários trabalhadores dos engenhos de açúcar que propiciavam muitos empregos nos canaviais: Brejo dos Pacheco, São Mateus dos Sampaio, Peri-Peri dos Rolemberg, Rocheira dos Costas, Novo do Seu Demétrio, Gravatá dos Alexandres, Bicas e Cachoeira entre outros. Seus trabalhadores eram os principais usuários desta nova feira que surgia.
Desta forma surgia o lucrativo comércio com as pessoas dos arredores. A notícia difundiu-se rapidamente e começaram a chegar comerciantes de todos os locais, preferencialmente aos domingos (hoje, a feira livre de Teotônio Vilela é tombada como Patrimônio Imaterial, Histórico e Social, lei municipal nº 981/2017). Em 1958, um grupo de feirantes deixou a Vila da Usina Cansanção de Sinimbú, antigo engenho da região, e mudou-se para VILA SÃO JORGE (segundo nome), que agora, com grande fluxo de pessoas, recebeu definitivamente este nome.
Alguns que dizem ter sido uma homenagem ao então Promotor de Justiça, advogado e oficial da Reserva do Exercito Brasileiro, Jorge de Medeiros Pacheco, um boêmio homem do campo que se tornou bem feitor das classes oprimidas; no entanto outros dizem que o nome veio em devoção ao Santo famoso que muitos creem ser morador da lua e que luta eternamente contra um dragão.
O prefeito seguinte de Junqueiro, Coronel João Malta Tavares, autorizou outras obras para a região, como: matadouro, escola Pedro Joaquim de Jesus (hoje escola Padre Joseph) e o primeiro mercado coberto do povoado (hoje, praça Tenente Albino, em frente ao Centro Cultural) para que os comerciantes pudessem guardar suas mercadorias (sem referência a datas). Em 1966, com o objetivo de aproximar a feira livre do prédio do mercado público, o prefeito Abel Augusto de Almeida decretou que ela deveria mudar de um lado da estrada (hoje, bairro Sebastião Vilela) para o outro.
Com isso, o povo, que antes dizia ir à “Feira de Chã da Planta”, passou simplesmente a ir à FEIRA NOVA (terceiro nome) e este é o nome que mais durou na História da localidade, sendo chamada ainda assim por antigos moradores nos dias atuais. Em 1973, a usina Seresta inicia suas atividades na região, originária da Boa Sorte (Viçosa, terra natal de Teotônio) e Santa Amália (Joaquim Gomes, terra natal de Geraldo Gomes de Barros). Com o crescimento econômico e fluxo cada vez maior de pessoas, surgiram mercearias, bares, barracões, farmácia.
Em 1983, após a morte do Senador Teotônio Vilela, um dos principais responsáveis pela futura emancipação do novo município, tendo encaminhado em Brasília toda a documentação e trâmite necessários, o local passa a se chamar oficialmente Distrito Industrial Senador Teotônio Vilela, embora popularmente “Feira Nova” ainda fosse o mais usado. Em 1986, após consulta popular (plebiscito), é decretada a Lei nº 4.831 de 12 de dezembro, oficializando a emancipação e que mudaria também o nome da localidade de Distrito Industrial Senador Teotônio Vilela para apenas Teotônio Vilela, mas apenas após as eleições diretas de 1988.
Entre 1986 e 1988, houve um governo provisório, enquanto a eleição chegava, na figura de José Pereira da Silva (conhecido como Adelson Pereira), nome de consenso entre todos da Comissão Pró-Emancipação. Eleições de 1988: vence Fernando Torres, primeiro prefeito eleito por voto direto do município, que concorreu com Jorge Pacheco.
Bandeira do Município
A Bandeira do município de Teotônio Vilela foi idealizada pelo comerciante industriário Luiz Correia da Silva; A mesma é de formato retangular e composta por três listras verticais de mesmo tamanho, sendo a da esquerda e da direita na cor azul, e a central na cor branca. Na parte central da cor branca, há os nomes do município e estado, respectivamente. E, entre eles, desenhos que simbolizam a cana-de-açúcar – a base da economia da cidade – e um pássaro (pomba) que representa a paz e seu voo da liberdade.
Brasão do Município
O Brasão do município foi instituído através da lei Nº 121/93, a qual define suas cores e o que representa. O mesmo foi uma logomarca doada, que ficou em segundo lugar num concurso que elegeria a melhor representatividade da Fundação Teotônio Vilela. As principais cores são: branca e azul. O mesmo possui um desenho que simboliza umas mãos estendidas, dando liberdade de voo a um pássaro (pomba).